Já reparou que quando uma mulher decide ser feliz e se olhar com carinho, ela abandona o sofrimento, a mentira e a submissão sofrida, independente do tempo que passou por elas, pelo simples fato de reconhecer que merece o melhor?
E é aí que tudo acontece...
As portas se abrem para a auto cura, o seu coração passa a ter paz pelas novas decisões, e voltamos a recuperar pouco a pouco o controle da própria vida.
Caminho fácil? Jamais! Mas uma mulher decidida é capaz de se conectar com a sua natureza mais selvagem trazendo força, garra, brilho e fé para os novos milagres que aparecem na vida, dando o poder e o consentimento para que seu coração ferido seja curado, independente do que, ou quem o machucou. A mente e a alma da mulher decidida têm seus próprios ciclos, e assim como as estações, ela passa por momentos frios e solitários para depois voltar a florir e brilhar.
E foi assim que aconteceu comigo.
Do frio, renasci calor, e me permiti viver de constantes metamorfoses, que com a chegada da nova idade foi ainda mais intensificado. Senti pela primeira vez na vida, uma grande necessidade de me encontrar, me reconhecer e saber que portas entreabertas já não me satisfaziam mais, pelo contrário, só atrapalhavam o meu processo evolutivo.
Foi nesse momento que aprendi a amar meu corpo, minha alma, e minha mente, mesmo cheios de cicatrizes deixadas pelo tempo. Me reconheci como mulher, descobri que o coração quente que tenho me ajuda a compreender o outro com mais respeito e empatia mesmo vivendo em seu estado psíquico mais doentio. Reconheci minhas fraquezas e também minha força, e desenvolvi ainda mais a minha intuição feminina, que não tem me abandonado.
Confesso que a parte mais difícil de amadurecer foi (e ainda é, pois é algo trabalhado diariamente) no amor, porém quando decidi fazê-lo amadurecer, consegui renascer valores que antes estavam adormecidos, como a dignidade e o respeito próprio, e com isso, outros afetos passaram a ser nutridos dentro de mim.
Como é importante amar a si próprio, para depois amar o outro. Eu não tinha noção disso, e é incrível a chave que muda dentro de nós quando reconhecemos isso, afinal já não tenho mais a necessidade de substituir amores para conseguir me amar. Ter alguém por perto é muito bom, desde que o outro queira ficar.
Ah, o amor maduro! Por quantas coisas precisei passar para chegar até aqui?
Como resultado, alcancei a grande sabedoria que me faz viver e me amar de mil maneiras diferentes, porém de forma jamais alcançada antes, e de forma tão única e saudável, que me faz sentir inteiramente completa, mesmo que sozinha, afinal de contas, quando uma mulher decide do fundo de seu coração ser feliz, nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria identidade.
E cá estou eu, de cara nova e sorriso no rosto.
Como diz Wandy Luz:
“A metamorfose é irreversível.Depois que voa, a borbolet jamais volta a rastejar”.
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